quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Resumo das Sete Igrejas


Resumo das Sete Igrejas
  •  Éfeso – A decadência do primeiro amor.
  •  Esmirna – Sofrimento.
  •  Pérgamo – Mundanismo e clericalismo.
  •  Tiatira – Catolicismo controlando a Igreja.
  •  Sardo – A aridez do protestantismo.
  •  Filadélfia – Fidelidade à palavra e ao nome de Cristo.
  •  Laodiceia – Indiferença às reivindicações de Cristo.


A Graça Tripla do Senhor Disponível para Atender a Condição Lamentável Deles


A Graça Tripla do Senhor Disponível para Atender a Condição Lamentável Deles


O Senhor nunca aponta o fracasso sem dar um remédio. Neste caso, é triplo. Ele diz:
  1. “De Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças” (v. 18a). Isso satisfaria sua condição destituída de “desgraçado”, “miserável” e “pobre”. Eles imaginavam que eram ricos (no sentido de ter muita verdade e grandes poderes espirituais), mas na realidade precisavam de “ouro”. O ouro nas Escrituras fala da justiça divina. Isso significa que eles não tinham uma base justa na qual pudessem estar diante de Deus. Isto mostra que a massa professa na Cristandade nos últimos dias não será nem salva! “De Mim compres... indica a necessidade de ter uma relação pessoal com o Senhor em fé.
  2. “E vestidos brancos, para que te vistas” (v. 18b). Isso satisfaria sua condição de estar “nu”. Essa igreja não apresentava as características morais de Cristo. Por isso, precisavam de uma vida de justiça moral e prática – da qual falam as vestes brancas.
  3. “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v. 18c). Isso satisfaria a condição de serem espiritualmente “cegos”. Eles se enganavam. Eles se viam como algo que não eram, e precisavam desesperadamente abrir os olhos para sua verdadeira condição; mas mais importante, ver o Senhor. O Senhor promete que, se eles se voltassem para Ele, Ele lhes daria o discernimento espiritual que lhes faltava. 
Ele diz: “a todos quantos amo... (v. 19). Isso se refere aos verdadeiros crentes em meio à massa professa. Nos primórdios da Igreja, ela havia deixado seu “primeiro amor”, mas agora, nos últimos dias, descobrimos que o Senhor não deixou o Seu amor por ela! Por todos os longos anos de abandono a Cristo e à verdade, descobrimos que Ele não mudou! “Cristo amou a Igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25).
Infelizmente, ao examinarmos as grandes pretensões dos laodicenses, vemos que o Senhor – no que diz respeito aos Seus direitos – foi deixado de fora (v. 20). Assim, Laodiceia é retratada como uma igreja sem Cristo, tendo colocado o Senhor da glória fora de sua porta. Essencialmente, eles (na prática) excomungaram a Cabeça da Igreja! Isto é marcado pela indiferença grosseira às reivindicações de Cristo. Tal é a condição lamentável que marca a Cristandade moderna nestes últimos dias. Hamilton Smith disse: “Como antigamente, a nação de Israel selou seu destino ao rejeitar seu Messias, e sua casa ficou desolada; assim, hoje, a Cristandade está selando seu destino rejeitando a Cristo, e muito em breve será vomitada de Sua boca”. Este é o retrato solene que encerra o capítulo 3 e, com ele, a história da Igreja na Terra.
A recuperação será apenas em uma base individual. Não podemos esperar ver uma recuperação em larga escala da Igreja. Por isso, o Senhor diz: “se alguém ouvir a Minha voz... (2 Tm 2:19-21). A única esperança é que alguns indivíduos sejam recuperados desse estado desprezível.

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O fato de o Senhor mencionar Sua vinda em Seus discursos às últimas quatro igrejas indica que essas condições eclesiásticas continuarão na Terra de algum modo observável até que Ele venha. Olhando para a vasta profissão Cristã hoje, podemos ver o que “Tiatira” representa – o catolicismo. Então, podemos ver o que “Sardo” representa – as igrejas protestantes e os muitos corpos dissidentes que saíram deles. E também há o que “Filadélfia” representa – um testemunho remanescente pequeno e aparentemente insignificante no qual são praticados os primeiros princípios de ordem na assembleia. E, finalmente, podemos ver “Laodiceia” – um grande setor no testemunho Cristão que é caracterizado pela grandeza autossuficiente e que se imagina dotado de grandes riquezas espirituais e poderes miraculosos.
As duas últimas igrejas não são apenas posições eclesiásticas, mas são também estados morais nos quais os crentes são encontrados. Por exemplo, pode ser possível estar eclesiasticamente em uma posição de Filadélfia, mas estar praticamente em um estado de Laodiceia.

O Contraste entre Filadélfia e Laodiceia

O Contraste entre Filadélfia e Laodiceia

  • Filadélfia é marcada por uma porta aberta (v. 8), mas Laodiceia é marcada por uma porta fechada (v. 20).
  • O Senhor não tem condenação para os filadelfienses, mas Ele não tem nada para elogiar em Laodiceia. (Mesmo em Tiatira o Senhor encontrou algo para elogiar!)
  • Os filadelfienses não têm nada a dizer de si mesmos, enquanto os laodicenses têm muito a dizer de si mesmos.
  • É dito aos filadelfienses que eles serão “arrebatados” pela vinda do Senhor, enquanto os laodicenses são informados de que serão “vomitados” em Sua vinda.
  • Os filadelfienses foram marcados por serem pequenos, mas laodicenses são marcados como sendo grandes (aos seus próprios olhos).
  • Os filadelfienses foram chamados para “guardarem” a verdade que tinham, mas os laodicenses não são chamados para guardar nada, porque eles realmente não tinham nada que valesse a pena. 



Cap. 3:14-22 Laodiceia – A Igreja Morna


Cap. 3:14-22 Laodiceia – A Igreja Morna


A assembleia em Laodiceia representa uma condição na igreja que surgiu da verdade sendo recuperada na Filadélfia. Historicamente, começou na segunda metade do século XIX e continuará até a vinda do Senhor – o Arrebatamento. “Laodiceia” significa “os direitos do povo” e denota as ideias democráticas modernas que influenciaram a Igreja nestes últimos dias. Na Cristandade evangélica de hoje, as igrejas locais escolhem seus anciãos e nomeiam seus chamados pastores, e assim, em essência, eles controlam, em certa medida, seus líderes.
O que é descrito em Laodiceia corresponde ao testemunho da Igreja em seus dias finais. É a posse da verdade Cristã (recuperada nos tempos filadelfienses) ou partes dela, apenas nominal ou intelectualmente, sem que haja qualquer impacto moral na vida de alguém. Por exemplo, a maioria dos grupos Cristãos nos últimos 100 anos realizou e ensinou a verdade da vinda do Senhor para Seus santos a qualquer momento (o Arrebatamento), mas em muitos essa verdade teve pouco ou nenhum efeito prático em suas vidas pessoais. Em vez de tornar a Igreja mais peregrina, ela se tornou mais mundana do que nunca.
Este estado de ser “morno” é tão ultrajante para o Senhor que Ele anuncia: “vomitar-te-ei da Minha boca”. Isso acontecerá em Sua vinda – o Arrebatamento. Em vez de o Senhor avaliar o estado da assembleia, como Ele fez com as assembleias anteriores, os laodicenses O colocaram do lado de fora de sua porta e assumiram Seu lugar, e avaliaram sua própria condição como sendo correta e boa! Isso é totalmente inacreditável; eles são a única igreja das sete que se recomendam a si mesmos. E eles estão na pior condição de todas as igrejas! Eles falam de si mesmos como tendo grandes riquezas (espirituais), mas, na realidade, eles não têm nenhuma substância espiritual verdadeira. “Laodiceia” descreve uma parte no testemunho Cristão, que é caracterizada pela grandeza autossuficiente que se imagina dotada de grandes riquezas espirituais (verdade) e poderes miraculosos. Sua verdadeira condição é: “és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.

Três Qualidades que o Senhor Aprecia nos Filadelfienses


Três Qualidades que o Senhor Aprecia nos Filadelfienses


V. 8 – Existem três qualidades que o Senhor particularmente observa em Sua avaliação desta igreja.

1)   “Tendo pouca força” – isto é algo que flui da comunhão – de permanecer em Cristo (Jo 15:4-5). Eles tinham a mesma força que a Igreja primitiva tinha (At 4:33), mas era “pouca”. Portanto, esse reavivamento não foi um movimento em grande escala; foi um testemunho remanescente da verdade da assembleia. Não tinha um grande status mundano, assim como a igreja católica e as igrejas nacionais do protestantismo.
2)   “Guardaste a Minha Palavra” – Aqueles ligados a este movimento eram estudantes das Escrituras. Eles não eram apenas ouvintes, mas eram praticantes da Palavra (Tg 1:22). Eles valorizaram Sua Palavra e a colocaram em prática e, portanto, foram elogiados por guardarem Sua Palavra.
3)   “Não negaste o Meu nome” – Um nome nas Escrituras muitas vezes implica caráter. Por isso, na vida prática, o próprio caráter de Cristo marcou essas pessoas. Tudo o que tendeu a negar o caráter de Cristo foi recusado de maneira prática. Eles também abandonaram todos os nomes e títulos denominacionais, e ficaram felizes em se reunir simplesmente em Seu nome apenas (Mt 18:20).

V. 9 – Houve reprovação relacionada à identificação com esse movimento. Andar no que eles apreenderam da Palavra de Deus colocou-os em uma posição de grande censura por aqueles que não estavam dispostos a andar naquelas coisas (v. 9). Esse reavivamento da verdade provocou um renascimento da oposição satânica. O ataque maligno do inimigo em Esmirna levantou novamente sua horrível cabeça. Aqueles denominados como “a sinagoga de Satanás” são Cristãos professos governados por princípios judaicos no Cristianismo eclesiástico organizado. Foram esses os opositores desse movimento divino, e o próprio Satanás estava por trás disso.
V. 10 – Os filadelfienses foram elogiados por guardar a Palavra de Sua “paciência”, que é um aspecto da verdade que tem a ver com a esperança da vinda do Senhor (v. 10). Guardar isso (não apenas saber isso) fez com que vivessem como estranhos celestiais em separação do mundo. Por isso, como peregrinos, não se envolveram com a política do mundo ou com qualquer outro aspecto do mundo. O Senhor prometeu guardá-los “da hora da tentação” (o período da tribulação) que estava chegando ao mundo. Note que o Senhor diz: “Te guardarei da hora”, não “Te guardarei na” hora da tentação. Isso mostra que a Igreja não passará pela tribulação, como os judeus passarão (compare Jeremias 14:8).
V. 11 – O Senhor promete vir “sem demora”. Isso se refere à iminência de Sua vinda, que estava particularmente diante dessa igreja. Enquanto o Senhor não encontra nada para julgar em Filadélfia, Ele os adverte da possibilidade de deixar ir o que lhes foi dado, e assim perder a sua “coroa”. Ele diz: “guarda bem o que tens” (TB). Note que eles são aconselhados não apenas a “guardar”, mas a guardar “bem”. Isso indica a necessidade de determinação. O perigo sempre presente em Filadélfia era desistir das verdades que haviam sido recuperadas, e se arrastar de volta à confusão da Cristandade da qual se haviam separado. A história nos diz que foi exatamente isso o que aconteceu com muitos que estavam conectados com esse movimento. Eles abriram mão de partes da verdade que foram recuperadas por este movimento, e foram levados em divisões entre os irmãos ou espalhados nas igrejas evangélicas. Hoje, a energia espiritual conectada com esse movimento, que já foi considerável, está agora diminuindo ao ponto de um gotejar.
Vs. 12-13 – Como todas as outras igrejas, o Senhor também deu uma palavra ao vencedor. Podemos nos perguntar por que haveria tal palavra dada a essa igreja, já que não havia nada fora de ordem a se exigir para se vencer. No entanto, um verdadeiro vencedor na Filadélfia não é apenas ter estado nesse caminho de guardar Sua Palavra e não negar Seu nome, mas ter continuado nela até o final da vida, ou até que o Senhor venha – o Arrebatamento.

A Tríplice Apresentação do Senhor de Si Mesmo


A Tríplice Apresentação do Senhor de Si Mesmo


V. 7 – O Senhor Se apresentou a essa igreja de três maneiras. O resultado de os crentes O apreenderem a partir dessas características é que três grandes coisas aconteceram naquela época.
Primeiramente, o Senhor disse: “o que é santo, o que é verdadeiro”. Naquela época, os santos exercitados viam o Senhor no caráter de ser “santo” e “verdadeiro”, e entendiam que para ter comunhão com Ele, santidade e verdade eram requeridas deles. Isso os levou por vários exercícios em relação à separação do mal. Resultou em eles quebrando todos os laços não bíblicos que tinham – particularmente os eclesiásticos (2 Tm 2:19-22).
Em segundo lugar, o Senhor Se apresentou como tendo “a chave de Davi”. Essa é uma referência às profecias do Velho Testamento referentes ao Messias de Israel. São profecias relacionadas com as promessas feitas a Davi a respeito de Cristo que viria de sua casa (linhagem) para reinar em Seu reino (Is 22:22). Naquela época, o Senhor produziu na profissão Cristã um despertar geral e interesse pela profecia. Ao buscar assuntos proféticos, eles descobriram que a Igreja não tem parte das futuras bênçãos terrenas de Israel, mas tem suas próprias bênçãos distintas e celestiais. Assim, lhes foi dado ver a verdadeira natureza e o chamado da Igreja, com seus arranjos práticos para adoração e ministério enquanto na Terra. Isso levou muitos a retornar ao padrão simples na Palavra de Deus quanto à ordem da assembleia.
Em terceiro lugar, o Senhor Se apresentou a esta igreja como “O que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre”. Naquele momento, o Senhor abriu a porta para o tesouro da verdade de Deus e produziu uma recuperação completa da verdade que uma vez foi dada aos santos (Jd 3). Isto incluiu a verdade da vinda do Senhor (o Arrebatamento), e eles são elogiados por manterem suas afeições por ela (v. 10). Foi um movimento soberano de Deus que nenhum homem ou demônio poderia parar. Apreender isso deu aos santos a confiança de se reunirem para adoração e ministério, como sendo guiados pelo Espírito.
É significativo que esta igreja não seja chamada a se arrepender, como foi o caso nas igrejas anteriores (exceto Esmirna), porque já estava em um estado de arrependimento. Eles ficaram profundamente tristes com a condição caída do testemunho da Igreja e confessaram sua parte em seu fracasso (compare Daniel 9; Esdras 9; Neemias 9). Consequentemente, não havia nada para o Senhor julgar porque eles haviam se julgado.

Filadélfia – a Igreja Fiel - Cap. 3:7–13


Filadélfia – a Igreja Fiel - Cap. 3:7–13 

A assembleia na Filadélfia representa um movimento de Deus na Cristandade que começou em 1827 d.C. Essencialmente, foi um reavivamento do que começou com a Reforma, mas, que havia desvanecido. “Filadélfia” quer dizer “amor fraternal” e significa o estado feliz de um testemunho remanescente de crentes que foram exercitados para retornar aos primeiros princípios em relação à ordem e prática da assembleia.
Em cada uma das igrejas anteriores, o Senhor descreveu a Si mesmo de acordo com uma das características em que João O havia visto no capítulo 1. Mas, ao dirigir-Se a essa igreja, Ele Se apresenta de uma maneira inteiramente nova. Isso indica um novo começo nos caminhos do Senhor. Até então, o remanescente de crentes exercitados andava como indivíduos, mas, nessa ocasião, o Senhor trouxe à existência um testemunho remanescente em um sentido corporativo. Isso levou a uma recuperação da verdade que havia sido perdida por séculos – particularmente a doutrina de Paulo (2 Tm 3:10).0).

Sardo - A Igreja Sem Vida – Cap. 3:1-6


Sardo - A Igreja Sem Vida – Cap. 3:1-6 


A assembleia em Sardo representa o protestantismo, que começou em 1529 d.C. A palavra “Sardo” significa “aqueles que escapam”, e significa o que aconteceu naquele tempo. Assim como Jeú antigamente foi usado para romper o domínio que Jezabel tinha sobre o reino em Israel (2 Rs 9-10), Deus levantou os reformadores a quem Ele usou para quebrar o poder do romanismo e isso permitiu que muitos dos santos escapassem de suas garras. Este foi o resultado de Deus dar mais luz aos seus fiéis e, em obediência, eles agiram nessa luz. As duas principais coisas em que os reformadores insistiram foram: 
  • A supremacia da Bíblia sobre todo dogma da igreja.
  • A salvação é somente pela fé.

É significativo que o Senhor disse a esta assembleia: “Porque não achei as tuas obras perfeitas [completas]. Infelizmente, a energia espiritual que marcou os reformadores não continuou. O que começou no poder do Espírito caiu na ortodoxia[1] fria, formal e morta. Este foi o resultado de homens sem vida juntarem-se a este movimento da igreja católica romana. Os reis da Europa estavam cansados ​​de Roma os controlar e de bom grado ofereceram seu apoio ao movimento protestante, por causa de sua animosidade natural contra o romanismo. Os reformadores aceitaram a proteção que os governos nacionais lhes deram contra a perseguição da igreja de Roma e estabeleceram as grandes igrejas nacionais no protestantismo que ainda existem hoje.
A assembleia em Sardo representa a condição das coisas na Cristandade depois que o impulso da Reforma havia passado. Isto é uma descrição do que os reformadores adotaram – o protestantismo. Enquanto a Reforma era uma poderosa obra de Deus – energizada pelo Espírito, o protestantismo era uma obra dos homens – energizada pela carne. É triste dizer que os reformadores saíram do romanismo, mas o romanismo não saiu completamente deles. Por isso, as igrejas protestantes têm muitas ideias e práticas romanistas. Na idade das trevas, a igreja católica governava os governos do mundo, mas no protestantismo, vemos a Igreja e o Estado governando conjuntamente. Isso não está de forma alguma de acordo com a mente de Deus. Como resultado, a recuperação da verdade que Deus estava produzindo foi interrompida. Os “alguns” nomes em Sardo que “não contaminaram seus vestidos” seriam grupos como os puritanos que viviam com grande devoção ao Senhor.


[1] N. do T.: Ortodoxia provém da palavra grega orthos que significa “reto” e doxa que significa “fé”. É o que está conforme com a doutrina tida como verdadeira.


Um Remanescente Distinto da Massa


Um Remanescente Distinto da Massa


Quando a corrupção generalizada permeou completamente o testemunho Cristão por meio da perversidade do catolicismo, as condições chegaram a um ponto sem recuperação. Coisa semelhante aconteceu na história de Israel (2 Cr 36:16 – “não houve remédio algum” – TB). Portanto, não há chamado ao arrependimento dado a esta igreja como havia nas igrejas anteriores. A única menção do arrependimento é que eles tiveram a oportunidade de se arrepender, mas esse tempo tinha passado para eles (v. 21). Consequentemente, deste ponto em diante, uma mudança marcante acontece nos caminhos do Senhor com a Igreja; Ele não mais chama para uma restauração do testemunho público da Igreja em geral. Em vez disso, Ele separa um remanescente dos verdadeiros crentes, dizendo: “digo a vós, e aos restantes [remanescente]... (v. 24) e trabalha com eles para fortalecê-los e encorajá-los, e deixa a massa pública continuar seu caminho para o julgamento.
Essa mudança nos caminhos de Deus com a Igreja é indicada pelo chamado para que “ouça o que o Espírito diz às igrejas [assembleias] seguindo a promessa feita ao vencedor, em vez de precedê-la, como era o padrão nas igrejas antes de Tiatira. Nas três primeiras igrejas, a recompensa ao vencedor era colocada diante de toda a Igreja, porque o Senhor ainda estava tratando com ela como um todo. Todos os que ouvissem e obedecessem receberiam a recompensa do vencedor. Mas isso é deixado de lado agora. Comentando sobre essa mudança, J. N. Darby disse: “O corpo como um todo é descartado”. Walter Scott acrescentou: “A massa pública da profissão Cristã é tratada como sendo incapaz de ouvir e se arrepender”. O chamado para “ouvir o que o Espírito diz às igrejas”, nas últimas quatro igrejas, é dado a um remanescente (não a toda a Igreja), porque somente eles ouvirão e vencerão. W. Kelly disse: “O Senhor a partir de então coloca primeiro a promessa [ao vencedor], e isso é porque é inútil esperar que a Igreja como um todo a receba... apenas um remanescente, vence, e a promessa é para eles; quanto aos outros, está tudo acabado”. Essa mudança marcante nos discursos do Senhor para as sete igrejas indica que Ele não mais espera que a massa da profissão Cristã ouça e retorne ao ponto em que se desviaram. Todo o pensamento de restaurar o testemunho público da Igreja como um todo é abandonado porque chegou a um ponto de “nenhum remédio”.
Vs. 25-29 – O remanescente dos crentes fiéis na idade das trevas eram os Nestorianos, os Paulicianos, os Valdenses e os Albigenses e outros pré-reformadores. É-lhes dito que “retenham” a pouca verdade que tinham e que o Senhor os recompensaria. Pela primeira vez nessas cartas ouvimos sobre a vinda do Senhor – sem distinguir o Arrebatamento da Aparição. É uma esperança, já que a esperança de recuperar o testemunho público da Igreja é impossível. Em cada uma das últimas quatro igrejas, há uma alusão à vinda do Senhor. Isso indica que cada uma das condições eclesiásticas que essas igrejas representam continuará na Terra até que Ele venha.

Quatro Classes de Pessoas em Tiatira


Quatro Classes de Pessoas em Tiatira


Quatro diferentes grupos de pessoas são referidos aqui. O primeiro é o “anjo” desta assembleia, que são os líderes responsáveis, os quais são casados com Jezabel. (Versículo 20 deveria ser traduzido, “Tua esposa Jezabel”.) Como a Jezabel do passado controlava seu marido Acabe e o reino em Israel, a igreja de Roma entrou na arena política e controlou e dominou as nações da Europa. Em Pérgamo, o mundo entrou na Igreja, mas em Tiatira, as coisas caíram para um ponto mais baixo, e a Igreja foi encontrada governando o mundo! Como Jezabel nos tempos antigos matou os profetas do Senhor (1 Rs 18:4), o sistema iníquo do romanismo encharcou a Terra com o sangue daqueles que não aceitavam suas malignas doutrinas e práticas (Ap 17:6).
O segundo grupo de pessoas são os “filhos” de Jezabel (v. 23). Estes são crentes meramente professos que aceitam, absorvem e promovem suas doutrinas, e são assim marcados por seu caráter e formas de corrupção.
O terceiro e quarto grupos representam um remanescente de verdadeiros crentes em meio à massa do povo. O primeiro deles é “Meus servos”. Esses eram verdadeiros crentes que, por ignorância e medo, acompanharam o mal de Jezabel sem protestar e foram “enganados” por suas corrupções (v. 20). Obadias é um tipo desses que foram enganados. Ele “temia muito ao Senhor”, mas serviu a Acabe e Jezabel (1 Rs 18:1-4). Depois, há “o restante (remanescente). Esses eram crentes que tiveram a coragem e a convicção de se afastarem das corrupções de Jezabel e sofreram perseguição por isso (v. 24). Elias e os sete mil em Israel que não dobraram o joelho a Baal são um tipo desses fiéis (1 Rs 19:18).

Tiatira – a Igreja Pagã - Cap. 2: 18-29


Tiatira – a Igreja Pagã - Cap. 2: 18-29 

A assembleia em Tiatira representa um sistema poderoso na Igreja que começou por volta de 580 d.C. conhecido como catolicismo. Marca o tempo em que este sistema eclesiástico governou a Igreja e o mundo. A palavra “Tiatira” significa “sacrifício contínuo” e aponta para a missa católica que entrou em prática na época.
A introdução de pagãos não convertidos no período de Pérgamo, ao longo do tempo, resultou na Igreja professa tornando-se, na maior parte, pagã em caráter. No entanto, no meio de toda essa corrupção, havia algumas coisas boas que foram ditas sobre a igreja em Tiatira. Eles foram de ajuda aos necessitados, e o Senhor os elogiou por sua benevolência (v. 19). Mas a principal coisa que marca esse período na história da Igreja é que o sistema iníquo do catolicismo ganhou controle sobre a Igreja como um todo. Assim, prevalecia uma condição pior do que a que havia em Pérgamo.
“Jezabel” representa esse sistema perverso. Ela se chamava de “profetisa” e assumiu um papel na Igreja que Deus nunca lhe dera. Ela começou a “ensinar e enganar [extraviar – JND] seus súditos com suas doutrinas e práticas malignas. Observe a progressão; as doutrinas malignas que foram sustentadas por alguns em Pérgamo são agora ensinadas publicamente em Tiatira! (vs. 14, 20). A mulher, por meio de seus ensinamentos perversos, desviou a grande massa de Cristãos professos, de Cristo para Maria; de Cristo, o Cabeça da Igreja para o papa; do único sacrifício de Cristo ao contínuo sacrifício da missa. A missa é um insulto ao “um só sacrifício” de Cristo e uma negação daquela obra consumada (Jo 19:30; Hb 10:12-14).
O sistema católico começou a legislar seus dogmas e forçá-los à profissão Cristã. Correndo o risco de perder a vida, a grande massa do povo foi forçada a pecar ao participar de suas corrupções.
Algumas das terríveis doutrinas e práticas ​​de mal introduzidas pela Igreja Católica:
  • A missa.
  • Autoridade pontifícia (a sucessão de papas).
  • Regeneração batismal.
  • Justificação pelas obras.
  • Adoração de imagens.
  • Celibato.
  • Idolatria à Maria.
  • Confessionalismo.
  • Purgatório.
  • Transubstanciação.
  • Indulgências.
  • Penitência.


Pérgamo – a Igreja Mundana - Cap. 2:12-17


Pérgamo – a Igreja Mundana - Cap. 2:12-17


A assembleia em Pérgamo representa historicamente a Igreja de 313 d.C a cerca de 580 d.C.
A palavra “Pérgamo” significa “casamento” ou “duas vezes casado”. Isso marca o período da história em que a Igreja abandonou os princípios da separação e casou com o mundo. A arma de violência usada pelo inimigo em Esmirna só provou a realidade da fé Cristã. Os Cristãos não se comprometeriam com deuses pagãos nem sacrificariam a eles. Portanto, Satanás mudou suas táticas e procurou se infiltrar nas fileiras do Cristianismo para corrompê-lo e trazer descrédito ao seu testemunho. Ele falhou em seus ataques em Esmirna, mas teve êxito em grande parte em Pérgamo.
Satanás teve seu instrumento para realizar seu plano. Ele usou o imperador Constantino. Sua mãe (Helena) aparentemente era crente, e por meio de sua influência, antes de ser imperador, ele foi um pouco favorável aos Cristãos quando estavam sendo perseguidos. Não muito tempo depois de chegar ao trono, ele concedeu liberdade aos Cristãos para adorarem de acordo com sua consciência. O Cristianismo tornou-se uma das muitas religiões do império. Com o passar do tempo, Constantino conheceu melhor o Cristianismo. Ele percebeu que os Cristãos faziam súditos melhores do que os pagãos. Eles poderiam ser confiáveis para defender o rei e o reino, ou pelo menos, para não interferir nele. Eles eram pessoas pacíficas que até oravam pelo rei, enquanto os pagãos estavam continuamente envolvidos em insurreições e exigiam manutenção constante.
Aprendendo sobre o benefício positivo de ter Cristãos como súditos, Constantino imaginou que consolidaria seu poder se todos fossem Cristãos. Portanto, em 324 d.C. ele emitiu éditos contra o paganismo, e procurou forçar o Cristianismo a todos no império. Em muitos lugares, foi forçado em pessoas ao fio da espada. Para eles, era o batismo Cristão ou a morte, então eles optavam pelo batismo. (É interessante notar que ninguém foi convencido o suficiente por seu paganismo para morrer por ele, como foi com os Cristãos em tempos de perseguição!) O resultado foi que dezenas de milhares de pagãos se tornaram Cristãos nominais.
Porém, enquanto os pagãos deixavam formalmente seu paganismo, o paganismo não os deixava na prática, e muito disso foi trazido para o Cristianismo naquela época. Como os lindos templos pagãos e vestes de seus sacerdotes não estavam mais sendo usados, o imperador ofereceu-os aos Cristãos, juntamente com ouro e proteção. E a Igreja avidamente engoliu a isca! Os Cristãos saíram das reuniões em suas casas e se mudaram para os grandes templos que foram desocupados pelos pagãos. Para acomodar a influência de pagãos que se apegavam às antigas superstições, o Cristianismo professo adotou muitas dessas coisas dando-lhes nomes Cristianizados. Festas e festivais pagãos antigos que existiam muito antes da igreja, foram trazidos para a profissão Cristã nessa época. É daí que vêm o natal e a páscoa, etc.
O Cristianismo recebeu um novo visual, mas também absorveu o veneno mortal da mordida da serpente. Em um período de tempo relativamente curto, a Igreja “casou-se” com o mundo. Anteriormente, o mundo e a Igreja andavam separados; agora andavam de mãos dadas. A Igreja neste momento foi caracterizada por: 
  • Tolerar a prática injusta no tratamento dos crentes fiéis (v. 13). Crentes fiéis, como “Antipas”, que protestaram contra o terrível compromisso, foram perseguidos e mortos. O Senhor considerou responsável o “anjo” da Igreja porque isso ocorreu “entre” eles.
  • Tolerar duas doutrinas do mal. Uma é “a doutrina de Balaão”, que é idolatria. Isso se refere à aceitação de festas e rituais pagãos na Igreja sob nomes Cristianizados (v. 14). O outro é “a doutrina dos Nicolaítas”, que é o começo do sistema clerical. “Nico” significa governar, e “laíta” é a mesma palavra que leigos, que é o povo (v. 15). Ambas as doutrinas não tocaram diretamente a Pessoa e a obra de Cristo, portanto, pode-se dizer que o anjo desta igreja (os líderes responsáveis) não negou a fé (v. 13). Apesar de o anjo não ser acusado de manter essas doutrinas, ele era culpado de tolerá-las. Eles não os denunciaram como o anjo em Éfeso. Por meio do mundanismo, a Igreja neste período tornou-se descuidada quanto a manter a verdade, e isso resultou em se perder. Quando a Igreja entrou na idade das trevas, a verdade que uma vez foi dada pelos apóstolos aos santos (Jd 3) foi substituída por ensinamentos judaizantes, ideias clericais e superstições pagãs.


Esmirna – a Igreja Perseguida - Cap. 2:8-11


Esmirna – a Igreja Perseguida - Cap. 2:8-11 

A assembleia em Esmirna representa historicamente a Igreja de 167 a 313 d.C. A palavra “Esmirna” significa “sofrimento”. As palavras do Senhor para essa igreja descrevem adequadamente o período de sofrimento pelo qual a Igreja passou no segundo e terceiro séculos.
Satanás veio à Igreja como um leão que ruge e desencadeou uma terrível perseguição contra os santos. Durante este período muitos milhares de Cristãos morreram como mártires. O Senhor Se apresenta a eles como um Juiz compreensivo, sabendo o que significa morrer como um mártir (v. 8).
A perseguição dirigida à Igreja nessa época era dupla:

  • Em primeiro lugar, a partir de um elemento religioso de dentro do testemunho Cristão (v. 9). Um partido definido havia se desenvolvido na Igreja chamada “a sinagoga de Satanás”, que procurava anexar ao Cristianismo as formas, cerimônias e princípios do judaísmo. Foi a tentativa de Satanás de judaizar a Igreja e roubá-la de seu chamado e caráter celestial.
  • Em segundo lugar, de fora, a partir do mundo romano pagão (v. 10). O diabo instigou as autoridades romanas para começarem uma remoção de Cristãos do império. Houve dez períodos específicos de intensa perseguição neste momento, que respondem à observação do Senhor de que teriam tribulação de “dez dias”.
O aparecimento recorrente de “Satanás” e “o diabo” nesses dois capítulos indica que ele estava muito ativo em esmagar e corromper o testemunho Cristão (caps. 2:9, 2:10, 2:13 (x2), 2:24, 3:9). Durante essas grandes perseguições em Esmirna, Satanás trabalhou para afastar as Escrituras da Igreja. As autoridades romanas impuseram leis para confiscar todas as cópias da Palavra de Deus. Este foi um passo gigantesco em direção à Igreja perdendo a verdade.

Ao vencedor é prometida “a coroa da vida”. Esta é uma coroa especial dada àqueles que são “fiéis até a morte”. Às vezes é chamada de “a coroa de mártir”.

Éfeso – A Igreja Sem Amor - Cap. 2:1-7


Éfeso – A Igreja Sem Amor - Cap. 2:1-7 

A assembleia em Éfeso representa a Igreja historicamente, desde os dias imediatamente após os apóstolos, até o ano 167 d.C. 
Essa igreja era aparentemente irrepreensível em seu testemunho diante do mundo, mas internamente estava numa condição decaída. Havia solidez de doutrina e zelo piedoso pela santidade, como provado em sua disciplina exercida sobre toda falsidade, mas a fonte interior de afeição por Cristo estava tristemente interrompida. Os tessalonicenses foram marcados pela “obra da vossa , do trabalho da caridade  [amor – JND], e da paciência [perseverança – JND] da esperança (1 Ts 1:3). Isso praticamente marcou a condição da Igreja como um todo naqueles primeiros dias. Mas agora, poucos anos depois, havia apenas “obras”, “trabalho” e “paciência”. A fé, a caridade [amor] e a esperança que uma vez foram a força motriz de suas atividades, se dissiparam.
Declínio havia entrado, não porque eles não estavam servindo mais ao Senhor, mas porque suas afeições por Ele haviam diminuído. O Senhor lhes diz: “deixaste o teu primeiro amor” (v. 4 – ARA). A raiz de todo fracasso na Igreja pode ser atribuída à deserção no coração. Algo havia causado esfriamento no amor que uma vez existiu em seus corações, e o Senhor sentiu isso. A palavra traduzida como “primeiro” na língua original pode ser traduzida como “o melhor”, como é em Lucas 15:22. Assim, “primeiro amor” não se refere ao que é primeiro em tempo, mas ao que é primeiro em qualidade. É o nosso principal (ou melhor) amor que o Senhor quer. T. B. Baines disse: “O que é para o Noivo amoroso que a noiva seja impecável em seu comportamento, se suas afeições estivessem esfriando? A mera conduta apropriada ou a diligência no dever satisfazem o coração que anseia por amor?”.
Sinais desta decadência do primeiro amor estavam em evidência entre os santos nos dias dos apóstolos (2 Tm 4:10; 3 Jo 9), mas não demorou muito para que a Igreja em geral fosse marcada por essa decadência. (Veja Jeremias 2:2).

A palavra para o vencedor em cada uma das igrejas mostra que há uma maneira de se recuperar da condição que prevaleceu naquela igreja em particular – mas é tudo em um nível individual. O Senhor diz: “Quem tem ouvidos, ouça.... Ele não diz: “Os que têm ouvidos, ouçam...” O ponto que devemos tirar disto é que não precisamos estar contentes com o estado geral que marca os Cristãos como um todo; podemos nos elevar acima dele e caminhar de uma maneira que receba a aprovação do Senhor.

AS COISAS QUE SÃO - Capítulos 2-3


AS COISAS QUE SÃO
Capítulos 2-3


Esses dois capítulos contêm os discursos do Senhor para as sete igrejas da Ásia. Essas igrejas, tomadas consecutivamente, nos dão uma história profética do testemunho Cristão, retratando os vários estágios pelos quais a Igreja passaria. Essas particulares igrejas na Ásia foram selecionadas para retratar as condições morais e espirituais que se desenvolveriam sucessivamente na profissão Cristã, desde os dias dos apóstolos até a vinda do Senhor (o Arrebatamento). O fato de que o testemunho da Igreja para Cristo é simbolizado pelos “castiçais” indica que o tempo desse testemunho é durante a ausência do Senhor deste mundo, quando é noite espiritualmente (Ap 1:20; Jo 9:4-5).
O Senhor anda “no meio” dos sete castiçais de ouro. Ele não está lá como objeto de adoração (Jo 20:19-22; Ap 5:6-14), ou para legitimar ações de assembleia feitas em Seu nome (Mt 18:20), mas como um Juiz avaliando o estado de coisas no testemunho público da Igreja.

O Juiz Fala


O Juiz Fala

Vs. 17-20 – Ao ver o Senhor no caráter de um poderoso Juiz, João cai “a Seus pés”. É dessa postura que ele aprende sobre o estado da Igreja – sua falha no testemunho público, como se encontra nos capítulos 2-3. Este é o lugar apropriado para aprendermos sobre o verdadeiro estado da Igreja – sobre nossos rostos diante do Senhor. O testemunho Cristão está em ruínas, e todos contribuímos para esse triste estado, e não podemos corretamente apontar um dedo condenador a ninguém na história ou nos dias atuais sem nos condenar. Portanto, devemos ver o fracasso da Igreja no testemunho, em espírito de julgamento próprio.
Para dissipar o temor e tremor de João, o Senhor colocou Sua “mão direita” (JND) sobre ele, dizendo: “Não temas”.  Isto é consolação e fortalecimento divino para o trabalho que estava prestes a ser dado a João – a saber, “escrever” as mensagens proféticas às sete igrejas (compare com Mateus 17:6-7).
O Senhor disse: “o que vivo; fui [Me tornei – JND] morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do Hades” (TB). Nisto, o Senhor mostrou a João que Ele tinha o direito de agir como o Juiz de toda a Terra (Gn 18:25). O Senhor entrou na morte e Hades e conquistou a ambos. Ele agora tem “as chaves” dessas duas condições. “Morte” é o que reivindica o corpo humano; “Hades” é o que reivindica a alma e o espírito. Tendo pago o preço pelo pecado ao ir à morte, Ele tem o direito e o poder de exercer julgamento contra os pecadores, e assim consignar quem Ele levaria à morte e ao Hades. Ele também tem o poder de ressuscitá-los da morte e enviá-los a uma eternidade perdida, como visto no final do livro.
É dito a João para “escrever” os assuntos proféticos que ele verá em três grandes seções (v. 19). 
  1. 1)   “As coisas que tens visto” – Capítulo 1.
  2. 2)   “As coisas que são” – Capítulos 2-3.
  3. 3)   “As que depois destas hão de acontecer” – Capítulos 4-22. 

Isso mostra que essas profecias foram dadas a João de maneira ordenada e ele as escreveu pelo Espírito de uma maneira ordenada. Algumas pessoas olham para o livro de Apocalipse como uma rede emaranhada de informações que apenas um estudioso hábil das profecias poderia desvendar e explicar. No entanto, o livro só parece confuso; ele é realmente muito ordenado. Se entendermos a maneira pela qual o Espírito de Deus apresenta profecia ao longo da Escritura e também reconhecer que há parênteses em certos lugares neste livro, a confusão desaparecerá. Também é necessário um entendimento básico do significado dos símbolos usados ​​na profecia. Como o livro de Apocalipse foi colocado no final de nossas Bíblias, o Espírito de Deus supõe que estamos familiarizados com esses símbolos, tendo-os visto em outras partes das Escrituras. O objetivo deste esboço de Apocalipse no qual estamos prestes a embarcar é fornecer ao leitor um entendimento básico dessas coisas.
V. 20 – O Senhor explica a João o significado oculto das “sete estrelas” que estavam em Sua mão direita e dos “sete castiçais de ouro”. As “estrelas” são os “anjos” das sete igrejas. Isso se refere à dupla responsabilidade que os líderes nas igrejas têm. Como “estrelas”, devem ser portadores de luz dos princípios da Palavra de Deus. Eles devem fornecer luz para os santos a partir da Palavra de Deus em assuntos que dizem respeito à assembleia local. Isso significa que eles devem estar bem fundamentados na verdade (Tt 1:9). Como “anjos”, devem ser os mensageiros de Deus, assumindo a liderança na assembleia e cuidando para que esses princípios sejam levados a cabo no temor de Deus (Ec 5:6; Ml 2:7 – Nota de rodapé da Tradução J. N. Darby: “mensageiro ou anjo”). É significativo que o Senhor considere o anjo de cada igreja responsável pelo estado em que se encontrava a igreja na respectiva localidade (caps. 2-3). Ele é visto andando no meio das sete igrejas, avaliando sua condição e aconselhando aqueles que estão no lugar de responsabilidade, sobre o que eles podem fazer para ajudar a condição particular em que aquela igreja local estava (cap. 2:1).

Os “sete castiçais de ouro” são as sete igrejas. Eles falam da assembleia local como uma testemunha responsável na comunidade onde estão situados.


A Visão de Jesus Cristo como Juiz – Cap. 1:12-20


A Visão de Jesus Cristo como Juiz – Cap. 1:12-20

Neste livro de muitas visões, é apropriado que a primeira seja de Cristo em Seu caráter judicial. É significativo que Ele age como um juiz em conexão com as sete igrejas antes de julgar o mundo; dessa forma “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” – com aqueles que são os mais responsáveis ​​(1 Pe 4:17).
Cristo é visto vestido em Suas vestes judiciais e “cingido pelos peitos com um cinto de ouro”. Isso se refere ao fato de que Suas afeições estão contidas enquanto Ele age nessa capacidade judicial. Sete características do juiz são mencionadas:
  • “Sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca” – fala de plena maturidade no entendimento judicial (Dn 7:9).
  • “Seus olhos como chama de fogo” – o caráter penetrante de Seu discernimento. Nada escapa de Seus olhos.
  • “Seus pés, semelhantes a latão reluzente” – Sua firmeza em justo julgamento. Ele não comprometerá a santidade.
  • “Sua voz como a voz de muitas águas” – Suas muitas facetas de falar governamentalmente às pessoas.
  • “Ele tinha na Sua destra sete estrelas” – Sua autoridade está investida em pessoas responsáveis ​​na Igreja.
  • “Da Sua boca saía uma aguda espada de dois fios” – Sua capacidade de executar julgamento contra todo mal.
  • “Seu rosto era como o Sol” – Ele é a autoridade suprema no universo. Portanto, não pode haver apelo a nenhuma pessoa superior a Ele.



O Estado de Alma Necessário para Apreender as Profecias do Livro - Cap. 1:9-11


O Estado de Alma Necessário para Apreender as Profecias do Livro - Cap. 1:9-11 


João fala de estar “em espírito no dia do Senhor” quando recebeu esta revelação do Senhor. Isso aponta para a necessidade de se estar em um estado correto de alma para assimilar esses assuntos proféticos. O livro foi escrito por um homem “em Espírito” e só será entendido por homens e mulheres que estiverem no Espírito.
João “virou-se” e viu a Cristo como o Filho do Homem, não da maneira que o Espírito normalmente colocaria Cristo diante do crente (como o Filho de Deus em toda a Sua graça e amor e beleza), mas em Seu caráter judicial. Ele tinha que voltar-se para ver Cristo dessa forma, porque essa não era a ocupação normal para um filho de Deus. Julgamento é “Sua estranha obra”, pela qual o pecado do homem O forçou a agir (Is 28:21).

A Terra [de Israel], a Terra [inclui nações ocidentais] e o Mundo

A Terra [de Israel], a Terra [inclui nações ocidentais] e o Mundo

Três grandes setores da raça humana são distinguidos no versículo 7 em conexão com a vinda do Senhor. Estas três esferas na Terra têm responsabilidades variadas de acordo com o grau de luz que tiveram de Deus. Eles são: 
  • “Todo olho O verá” – as nações Cristianizadas (v. 7a).
  • “Até os mesmos que O traspassaram” – A nação de Israel (os judeus em particular) (v. 7b).
  • “Todas as tribos da Terra” – As nações em torno da terra profética (v. 7c). 

A profecia é exposta nas Escrituras em relação a estas três esferas. Elas são distinguidas como: “a terra (a nação) [de Israel], “a Terra” [inclui nações ocidentais] e “o mundo” (Is 18:2-3, 24:3-6, 26:9-10). Estes são círculos concêntricos – cada um sendo mais amplo que o anterior. “A terra” é a menor esfera e refere-se à terra de Israel, não o pouco que eles possuem hoje, mas o que foi prometido a Abraão. “A Terra” [que inclui nações ocidentais] é uma esfera mais ampla; inclui a herança prometida de Israel, mas também inclui as nações as quais o antigo Império Romano conquistou a Europa Ocidental. Os estudiosos de profecia chamam isso de “a terra profética”. Profeticamente, refere-se às nações ocidentais. Uma vez que aqueles que povoam as Américas atualmente vêm principalmente das nações da Europa Ocidental, a maioria dos estudiosos da profecia os vê como incluídos na terra profética (Dn 2:43 – ...misturar-se-ão com semente humana”). “O mundo” é uma esfera ainda mais ampla; inclui a primeira terra mencionada e a segunda, mas também inclui as partes restantes do globo – ou seja, as nações de fora da terra profética.
Deus sabe que nunca seríamos capazes de apreender os detalhes da profecia se Ele nos tivesse dado o que pertence a cada uma dessas esferas de uma só vez. Portanto, nas Escrituras proféticas, Deus sabiamente trata com essas esferas, uma de cada vez. Ele nos dá detalhes que começam em algum ponto no período da tribulação e nos leva até a Aparição de Cristo, que introduz o Milênio. Então Ele volta ao mesmo ponto e repete novamente a partir de outra perspectiva, de novo levando-nos à Aparição de Cristo e o Milênio. É importante ver isso; toda profecia bíblica é dada dessa maneira. Isso ocorre repetidas vezes ao longo das Escrituras proféticas. É assim que os eventos são apresentados nos Profetas, nos Salmos e nos discursos proféticos do Senhor em Mateus 24-25 – e não é diferente no livro de Apocalipse. É a maneira designada por Deus de nos ensinar a verdade profética. Veremos nos capítulos 6-16, que o Espírito de Deus leva o leitor através do período da tribulação até a Aparição de Cristo três vezes, cada uma em relação a uma dessas três esferas.
V. 8 – Como mencionado, o segundo propósito do livro é mostrar como Deus operará todas as coisas até o Seu objetivo final de exaltar e glorificar o Senhor Jesus Cristo. Cristo é o “Alfa e Ômega” (o princípio e o fim) de toda a profecia (v. 8). Ele é a fonte e o objetivo de todos os caminhos de Deus na criação, graça e julgamento. Sendo a figura central da profecia, Deus O trará à vista para todos O verem em Sua Aparição.
Na Aparição de Cristo, duas coisas começarão. Um é “o dia do Senhor” (1 Ts 5:2, 2:2; Is 2:10-22; Jl 1:15; Sf 2:2-3; Ml 4:5), que é quando a autoridade de Seu Senhorio será estabelecida na Terra por julgamento. Ela se estenderá por mil anos – a duração do Milênio (2 Pe 3:8-10). O outro é “o dia de Cristo” (2 Ts 1:10; 1 Co 1:8, 3:13, 5:5; 2 Co 1:14; Fp 1:6, 10, 2:16), que é o dia da Sua manifestação em glória por meio da Igreja durante o mesmo período – o Milênio. Esses dois dias apresentam dois aspectos do reinado de Cristo naquele dia vindouro.

O livro de Apocalipse é, portanto, um livro de julgamento, mas também um livro de bênçãos. (Há sete bênçãos mencionadas – Cap. 1:3, 14:13, 16:15, 19:9, 20:6, 22:7, 14). 





A Vinda do Senhor


A Vinda do Senhor

O anúncio é feito: “Eis que vem”. Esta é a primeira menção da vinda do Senhor no livro. As Escrituras indicam que existem duas fases distintas para a Sua vinda, as quais o estudioso de profecias deve tomar nota, se quiser entender a ordem dos eventos proféticos na Bíblia. A principal diferença é:

  • A primeira fase de Sua vinda tem a ver com o Senhor levando Seus santos ao céu em um estado glorificado. Isto envolverá ressuscitar dentre os mortos os santos do Novo e do Velho Testamento num estado glorificado, e transformar os santos vivos nesse mesmo estado glorificado, e então levá-los todos juntos para o céu (Mt 25:6, 10-13; Jo 14:2-3; 1 Co 15:23, 51-56; Fp 3:20-21; 1 Ts 4:15-18; 2 Ts 2:1, 3:5; Tt 2:13a; Hb 9:28, 10:37, 11:40; Ap 1:7, 3:10-11, 22:20). Isso tem sido chamado de Rapto – uma palavra tirada do latim, significando “arrebatado”.
  • A segunda fase tem a ver com o Senhor trazendo do céu Consigo os santos glorificados quando Ele aparece para julgar o mundo em justiça e estabelecer Seu reino milenar (Mt 24:27, 30, 36-41, 25:31, 26:64; 1 Ts 3:13, 4:14; 2 Ts 1:7-10, 2:8-9; Jd 14-15; Ap 11:15, 14:14-16, 16:15, 19:10-21). Isso é chamado de “a revelação de Jesus Cristo” (2 Ts 1:7; 1 Pe 1:13, 4:13) ou “a Aparição” de Cristo (2 Ts 2:8; Mt 24:30; Cl 3:4; Tt 2:13; 2 Tm 4:1, 8; 1 Jo 3:2).


Os santos do Velho Testamento sabiam algo sobre a REVELAÇÃO (a Aparição – Is 30:27-28; Jd 14-15; Zc 14:5), mas eles não sabiam sobre o ARREBATAMENTO e a glorificação dos santos. Esta última é algo que não foi revelado até os tempos do Novo Testamento (1 Co 15:51-56; Fp 3:20-21; 1 Ts 4:15-18). Embora o Senhor venha do céu em ambas as ocasiões, essas duas fases são muito diferentes. Algumas dessas diferenças são: 
  • O Arrebatamento ocorrerá quando o Senhor vier para Seus santos (Jo 14:2-3); a Aparição de Cristo ocorrerá quando Ele vier com Seus santos que foram levados ao céu no Arrebatamento (1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14; Zc 14:5).
  • O Arrebatamento ocorre antes do início do período de sete anos da tribulação (Ap 3:10), e a Aparição de Cristo ocorre “logo depois da tribulação” (Mt 24:29-30 – AIBB).
  • O Arrebatamento pode acontecer a qualquer momento (Mt 25:13), mas a Aparição de Cristo não ocorrerá até sete anos após o Arrebatamento (Cl 3:4).
  • No Arrebatamento, o Senhor virá secretamente, “num piscar de olhos” (1 Co 15:52 – JND); na Sua Aparição Ele virá publicamente e todo olho O verá (Ap 1:7).
  • No Arrebatamento, Ele virá para libertar a Igreja (1 Ts 1:10); na Sua Aparição, Ele virá libertar Israel (Sl 6:1-4). A Igreja será livrada de entrar na tribulação (Ap 3:10), enquanto os judeus passarão por ela, mas serão livrados no final, quando o Senhor levar a tribulação ao seu fim.
  • No Arrebatamento, Ele virá nos ares para Sua Igreja porque é Seu povo celestial (1 Ts 4:15-18); na Sua Aparição, Ele voltará à Terra (o Monte das Oliveiras) para Israel, porque é Seu povo terrenal (Zc 14:4-5).
  • No Arrebatamento, Ele tirará os crentes deste mundo e deixará o ímpio para trás (Jo 14:2-3); em Sua Aparição, os ímpios serão tirados do reino dos céus em juízo e os crentes (aqueles que foram convertidos pelo evangelho do reino que será pregado durante a tribulação) serão deixados para desfrutar da bênção na Terra (Mt 13:41-43, 25:41).
  • No Arrebatamento, Ele virá para liberar Seus santos (a Igreja) da “ira” vindoura (1 Ts 1:10); na Sua Aparição, Ele virá para liberar a “ira” (Ap 19:15).
  • No Arrebatamento, o Senhor virá como “o Esposo” (Mt 25:10), mas na Aparição Ele virá como “o Filho do Homem” (Mt 24:30, 37, 39, 44, etc.).
  • No Arrebatamento, Ele virá como a “Estrela da Manhã” que surge um pouco antes do amanhecer (Ap 22:16); em Sua Aparição, Ele virá como o “Sol da Justiça”, que é o alvorecer (Ml 4:2).
  • No Arrebatamento, Ele virá sem sinais, porque o Cristão caminha por fé e não por vista (2 Co 5:7); na Aparição, Sua vinda será cercada por sinais, porque os judeus buscam um sinal (Lc 21:11, 25-27; 1 Co 1:22). 

A Teologia Reformada vê o Arrebatamento e a Revelação (Aparição) como apenas um evento, e isto não trouxe nada além de confusão a respeito de Israel e da Igreja. Esses dois eventos não poderiam acontecer ao mesmo tempo, porque há várias coisas que as Escrituras indicam que ocorrem entre eles e que tornam isso impossível. Por exemplo, quando o Senhor vem e nos chama para fora da Terra, Ele nos leva à “casa de Meu Pai” e nos introduz formalmente à cena celestial (Jo 14:2-3). Pouco depois disso, a revisão do “tribunal de Cristo” ocorrerá (2 Co 5:10). Depois disso, haverá um tempo de adoração “diante do trono” no céu (Ap 4-5). Então, depois disso, haverá as “bodas do Cordeiro” e “a ceia” que a segue (Ap 19:6-10). É somente depois destas coisas terem ocorrido que o Senhor aparece do céu conosco na Sua Aparição (Ap 19:11-21). Se você fizer do Arrebatamento e da Aparição apenas um evento, isso não deixará espaço para essas coisas ocorrerem.