Pérgamo – a Igreja Mundana - Cap. 2:12-17
A assembleia em
Pérgamo representa historicamente a Igreja de 313 d.C a cerca de 580 d.C.
A palavra “Pérgamo” significa “casamento” ou “duas vezes
casado”. Isso marca o período da história em que a Igreja abandonou os
princípios da separação e casou com o mundo. A arma de violência usada pelo
inimigo em Esmirna só provou a realidade da fé Cristã. Os Cristãos não se comprometeriam
com deuses pagãos nem sacrificariam a eles. Portanto, Satanás mudou suas
táticas e procurou se infiltrar nas fileiras do Cristianismo para corrompê-lo e
trazer descrédito ao seu testemunho. Ele falhou em seus ataques em Esmirna, mas
teve êxito em grande parte em Pérgamo.
Satanás teve seu
instrumento para realizar seu plano. Ele usou o imperador Constantino. Sua mãe
(Helena) aparentemente era crente, e por meio de sua influência, antes de ser
imperador, ele foi um pouco favorável aos Cristãos quando estavam sendo
perseguidos. Não muito tempo depois de chegar ao trono, ele concedeu liberdade
aos Cristãos para adorarem de acordo com sua consciência. O Cristianismo
tornou-se uma das muitas religiões do império. Com o passar do tempo,
Constantino conheceu melhor o Cristianismo. Ele percebeu que os Cristãos faziam
súditos melhores do que os pagãos. Eles poderiam ser confiáveis para defender o
rei e o reino, ou pelo menos, para não interferir nele. Eles eram pessoas
pacíficas que até oravam pelo rei, enquanto os pagãos estavam continuamente
envolvidos em insurreições e exigiam manutenção constante.
Aprendendo sobre
o benefício positivo de ter Cristãos como súditos, Constantino imaginou que
consolidaria seu poder se todos fossem Cristãos. Portanto, em 324 d.C. ele
emitiu éditos contra o paganismo, e procurou forçar o Cristianismo a todos no
império. Em muitos lugares, foi forçado em pessoas ao fio da espada. Para eles,
era o batismo Cristão ou a morte, então eles optavam pelo batismo. (É
interessante notar que ninguém foi convencido o suficiente por seu paganismo
para morrer por ele, como foi com os Cristãos em tempos de perseguição!) O
resultado foi que dezenas de milhares de pagãos se tornaram Cristãos nominais.
Porém, enquanto
os pagãos deixavam formalmente seu paganismo, o paganismo não os deixava na
prática, e muito disso foi trazido para o Cristianismo naquela época. Como os
lindos templos pagãos e vestes de seus sacerdotes não estavam mais sendo
usados, o imperador ofereceu-os aos Cristãos, juntamente com ouro e proteção. E
a Igreja avidamente engoliu a isca! Os Cristãos saíram das reuniões em suas
casas e se mudaram para os grandes templos que foram desocupados pelos pagãos.
Para acomodar a influência de pagãos que se apegavam às antigas superstições, o
Cristianismo professo adotou muitas dessas coisas dando-lhes nomes
Cristianizados. Festas e festivais pagãos antigos que existiam muito antes da
igreja, foram trazidos para a profissão Cristã nessa época. É daí que vêm o
natal e a páscoa, etc.
O Cristianismo
recebeu um novo visual, mas também absorveu o veneno mortal da mordida da
serpente. Em um período de tempo relativamente curto, a Igreja “casou-se” com o
mundo. Anteriormente, o mundo e a Igreja andavam separados; agora andavam de
mãos dadas. A Igreja neste momento foi caracterizada por:
- Tolerar a prática injusta no tratamento dos crentes fiéis (v. 13). Crentes fiéis, como “Antipas”, que protestaram contra o terrível compromisso, foram perseguidos e mortos. O Senhor considerou responsável o “anjo” da Igreja porque isso ocorreu “entre” eles.
- Tolerar duas doutrinas do mal. Uma é “a doutrina de Balaão”, que é idolatria. Isso se refere à aceitação de festas e rituais pagãos na Igreja sob nomes Cristianizados (v. 14). O outro é “a doutrina dos Nicolaítas”, que é o começo do sistema clerical. “Nico” significa governar, e “laíta” é a mesma palavra que leigos, que é o povo (v. 15). Ambas as doutrinas não tocaram diretamente a Pessoa e a obra de Cristo, portanto, pode-se dizer que o anjo desta igreja (os líderes responsáveis) não negou a fé (v. 13). Apesar de o anjo não ser acusado de manter essas doutrinas, ele era culpado de tolerá-las. Eles não os denunciaram como o anjo em Éfeso. Por meio do mundanismo, a Igreja neste período tornou-se descuidada quanto a manter a verdade, e isso resultou em se perder. Quando a Igreja entrou na idade das trevas, a verdade que uma vez foi dada pelos apóstolos aos santos (Jd 3) foi substituída por ensinamentos judaizantes, ideias clericais e superstições pagãs.
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