O
Juiz Fala
Vs. 17-20 – Ao
ver o Senhor no caráter de um poderoso Juiz, João cai “a Seus pés”. É dessa postura que ele aprende sobre o estado da
Igreja – sua falha no testemunho público, como se encontra nos capítulos 2-3.
Este é o lugar apropriado para aprendermos sobre o verdadeiro estado da Igreja
– sobre nossos rostos diante do Senhor. O testemunho Cristão está em ruínas, e
todos contribuímos para esse triste estado, e não podemos corretamente apontar
um dedo condenador a ninguém na história ou nos dias atuais sem nos condenar.
Portanto, devemos ver o fracasso da Igreja no testemunho, em espírito de
julgamento próprio.
Para dissipar o
temor e tremor de João, o Senhor colocou Sua “mão direita” (JND) sobre ele, dizendo: “Não temas”. Isto é
consolação e fortalecimento divino para o trabalho que estava prestes a ser
dado a João – a saber, “escrever” as
mensagens proféticas às sete igrejas (compare com Mateus 17:6-7).
O Senhor disse: “o que vivo; fui [Me tornei – JND] morto, mas
eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do
Hades” (TB). Nisto, o Senhor mostrou a João que Ele tinha o direito de agir
como o Juiz de toda a Terra (Gn 18:25). O Senhor entrou na morte e Hades e
conquistou a ambos. Ele agora tem “as
chaves” dessas duas condições. “Morte”
é o que reivindica o corpo humano; “Hades”
é o que reivindica a alma e o espírito. Tendo pago o preço pelo pecado ao ir à
morte, Ele tem o direito e o poder de exercer julgamento contra os pecadores, e
assim consignar quem Ele levaria à morte e ao Hades. Ele também tem o poder de ressuscitá-los
da morte e enviá-los a uma eternidade perdida, como visto no final do livro.
É dito a João
para “escrever” os assuntos
proféticos que ele verá em três
grandes seções (v. 19).
- 1) “As coisas que tens visto” – Capítulo 1.
- 2) “As coisas que são” – Capítulos 2-3.
- 3) “As que depois destas hão de acontecer” – Capítulos 4-22.
Isso mostra que
essas profecias foram dadas a João de maneira ordenada e ele as escreveu pelo
Espírito de uma maneira ordenada. Algumas pessoas olham para o livro de Apocalipse
como uma rede emaranhada de informações que apenas um estudioso hábil das profecias
poderia desvendar e explicar. No entanto, o livro só parece confuso; ele é
realmente muito ordenado. Se entendermos a maneira pela qual o Espírito de Deus
apresenta profecia ao longo da Escritura e também reconhecer que há parênteses
em certos lugares neste livro, a confusão desaparecerá. Também é necessário um
entendimento básico do significado dos símbolos usados na profecia. Como o
livro de Apocalipse foi colocado no final de nossas Bíblias, o Espírito de Deus
supõe que estamos familiarizados com esses símbolos, tendo-os visto em outras
partes das Escrituras. O objetivo deste esboço de Apocalipse no qual estamos
prestes a embarcar é fornecer ao leitor um entendimento básico dessas coisas.
V. 20 – O Senhor
explica a João o significado oculto das “sete
estrelas” que estavam em Sua mão direita e dos “sete castiçais de ouro”. As “estrelas”
são os “anjos” das sete igrejas.
Isso se refere à dupla responsabilidade que os líderes nas igrejas têm. Como “estrelas”, devem ser portadores de luz
dos princípios da Palavra de Deus. Eles devem fornecer luz para os santos a
partir da Palavra de Deus em assuntos que dizem respeito à assembleia local.
Isso significa que eles devem estar bem fundamentados na verdade (Tt 1:9). Como
“anjos”, devem ser os mensageiros de
Deus, assumindo a liderança na assembleia e cuidando para que esses princípios
sejam levados a cabo no temor de Deus (Ec 5:6; Ml 2:7 – Nota de rodapé da
Tradução J. N. Darby: “mensageiro ou
anjo”). É significativo que o Senhor considere o anjo de cada igreja
responsável pelo estado em que se encontrava a igreja na respectiva localidade
(caps. 2-3). Ele é visto andando no meio das sete igrejas, avaliando sua
condição e aconselhando aqueles que estão no lugar de responsabilidade, sobre o
que eles podem fazer para ajudar a condição particular em que aquela igreja
local estava (cap. 2:1).
Os “sete castiçais de ouro” são as sete
igrejas. Eles falam da assembleia local como uma testemunha responsável na
comunidade onde estão situados.
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