1) Nunca é falado da tribulação em conexão com a Igreja
Há oito passagens principais da Escritura
que falam diretamente da tribulação (Mt 24:3-29; Mc 13:4-24; Ap 3:10; 7:14-17;
Dt 4:30-31; Jr 14:8, 30:4-7; Dn 12:1). Pensamos que se a Igreja fosse passar
pela tribulação, pelo menos uma dessas passagens falaria dela, mas não há
referência alguma da Igreja estando na tribulação, ou tendo qualquer conexão
com ela! (Quando falamos da Igreja queremos dizer Cristãos, que são os membros
do corpo de Cristo.) Isso por si só é significativo. Significa que aqueles que
creem nesse erro deduziram isso das Escrituras de alguma forma.
Em Mateus 24 e
Marcos 13, o Senhor estava falando aos Seus discípulos judeus, que são representantes do remanescente judeu de crentes que
estaria na tribulação. Isto é fundamentado pelos comentários que o Senhor fez a
eles. Ele falou sobre o que deveriam fazer quando o templo e “o lugar santo” fossem contaminados
pela “abominação da desolação” (v.
15). Falou sobre a terra da “Judéia”
(v. 16), sobre o “Sábado” (v. 20),
sobre “as tribos da terra [de Israel]”
sendo reunidas (vs. 30-31) e da “a
figueira” – um símbolo bem conhecido de Israel (v. 32). Ele também falou da
“vinda do Filho do Homem”, que é um
título usado na Escritura para as relações do Senhor com Israel e as nações
gentias da Terra, e nunca com a Igreja. (Quando é mencionada Sua vinda para a
Igreja – o Arrebatamento – Ele é referido como o Senhor ou Noivo). Todas essas
coisas indicam que o Senhor não estava se referindo aos Cristãos em relação à
tribulação. Os Cristãos não têm nada a ver com um templo físico e um lugar santo
para adorar. Nem têm nada a ver com o dia do Sábado, etc. Isso obviamente se aplica
aos judeus.
Apocalipse 3:10
fala sobre a tribulação vindo sobre o mundo,
mas não sobre a Igreja. Na verdade, o Senhor diz nessa passagem que Ele “guardará” os Cristãos “da hora da tentação”!
Em Apocalipse
7:14 é falado da tribulação em conexão com as nações gentias (Ap 7:9).
Em Deuteronômio
4:30-31 é falado da tribulação em conexão com Israel (Dt 4:1).
Jeremias 30:4-7
refere-se à tribulação como “angústia
para Jacó”. Não diz “angústia para Igreja”. Também acrescenta que essas
coisas eram concernentes a Israel e Judá.
Daniel 12:1, diz
duas vezes que “o tempo de angústia”
(a tribulação) estará sobre “os filhos
de teu povo”. O povo de Daniel era judeu.
Estas
referências mostram que a tribulação tem a ver com Israel e as nações gentias
da Terra. A Igreja nunca é mencionada! Este fato, por si só deveria ser
suficiente para convencer qualquer alma de ânimo pronto de que a Igreja não estará nem passará pela tribulação.
À medida que
avançarmos, ficará cada vez mais evidente que a maior parte da dificuldade que
as pessoas têm sobre esse assunto, decorre de não distinguirem Israel da
Igreja. Este tem sido um problema de longa data entre os Cristãos, e pode ser
encontrado nos primeiros séculos da história da Igreja, onde mestres
judaizantes ensinavam que a Igreja e Israel se mesclam (conhecidas hoje como
Teologia “Reformada” ou “Aliança”). Esse sistema de ensino não vê a verdadeira
natureza, o chamado, o caráter e a esperança da Igreja como pertencentes ao céu.
Em vez disso, tudo é feito para ser algo terreno, que é a porção de Israel. Há
traduções da Bíblia (como a NVI) que não ajudaram no problema. Por exemplo,
Efésios 3:6 é traduzido: “Pelo evangelho, os gentios são herdeiros juntamente
com Israel”. Sem qualquer autoridade dos manuscritos gregos, os tradutores
acrescentaram “com Israel”. Isso ocorre principalmente porque alguns dos que
fizeram o trabalho de tradução sustentam esses ensinamentos errôneos e
involuntariamente permitiram que sua doutrina se infiltrasse no texto. Não é
com Israel que os crentes dentre os gentios são herdeiros no dia da graça, mas
com Cristo e todos os redimidos que estão em Cristo (Rm 8:17).
Com fundamento
na obra consumada de Cristo na cruz e Sua ressurreição e ascensão em glória,
Deus iniciou toda uma nova ordem de coisas conhecida como a Igreja. Isso
começou no Pentecostes. (At 2:1-4, 47, 5:11, 11:15 “ao princípio”). A palavra Igreja (ekklesia – em grego) significa “chamada para fora” e descreve
apropriadamente o que Deus está fazendo atualmente, chamando os crentes de
entre os judeus e os gentios (At 15:41, 26:17). Em virtude de o Espírito descer
ao mundo e fixar residência naquela companhia de crentes no dia de Pentecostes,
Ele os uniu a Cristo que é a Cabeça da Igreja (Ef 5:23), e desse modo, esse
algo novo e celestial foi formado (1 Co 12:13). Isto é claramente visto na
conversão de Saulo de Tarso. Quando ele foi salvo, a Escritura diz que ele foi tirado do meio do povo (Israel) e das
nações (gentios) e colocado em uma posição inteiramente nova diante de Deus
como um membro do corpo de Cristo. Ele foi então enviado para pregar o
evangelho para aqueles entre as nações que, por crerem em Cristo, também
poderiam ser trazidos a esta nova posição de privilégio e bênção (At 26:17-18).
Isso mostra que
a Igreja é algo claramente diferente de Israel. Ao ler as Escrituras, é
importante não confundir as diferentes bênçãos, privilégios, esperanças e
destinos de cada um. O “obreiro”
fiel “dividirá corretamente a palavra da
verdade” (KJV) e fará essa importante distinção no ensino bíblico (2 Tm 2:15).
Nenhum comentário:
Postar um comentário