segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Três Esferas de Louvores em Três Círculos Concêntricos


Três Esferas de Louvores em Três Círculos Concêntricos

Existem três esferas distintas de louvores na segunda metade do capítulo 5:

1)   Vs. 9-10 – O círculo mais interior engloba toda a companhia redimida de homens no céu – “os vinte e quatro anciãos”. Eles cantam seus louvores diretamente ao Cordeiro (Cristo) exaltando Seus caminhos de graça que redime homens na Terra. O tema do seu cântico é a poderosa obra de redenção de Cristo. Nota: a palavra “nos” e “nós” nos versículos 9-10 na versão King James deveriam ser traduzidas como “os” e “eles”, como na Tradução de J. N. Darby. Isso significa que os anciãos não estão se referindo a si mesmos, mas àqueles na Terra com quem Deus está tratando em graça[1].
W. Scott disse: “Os pronomes ‘os’ e ‘eles’, em vez de ‘nos’ e ‘nós’, como na versão autorizada, marcam uma importante distinção na interpretação dessa importante passagem. Os anciãos não cantam pela própria redenção, mas pela de um povo na Terra. Seu serviço sacerdotal foi em nome de outros, então aqui seu cântico é o dos redimidos na Terra. Eles cantam e celebram a bênção dos outros, não as suas. Quão abnegado! Quão altruísta! Quão intenso o interesse na obra da graça de Deus na Terra durante o interessante intervalo entre o Arrebatamento (1 Ts 4:17) e o Advento do Senhor em poder (Ap 19:11-14). Os redimidos no céu deleitam-se em declarar a bênção dos redimidos na Terra”. (The Book of Revelation, págs. 140-141).
W. Kelly também disse: “Uma mudança muito importante ocorre neste versículo, bem conhecida de todas as pessoas que estão razoavelmente familiarizadas com as Escrituras originais. Pessoas que estudaram os manuscritos mais antigos e outras testemunhas deste livro, todos concordam que é, ‘E para o nosso Deus os fizeste reis (ou um reino) e sacerdotes’. Eles não falam de si mesmos. De fato, estou preparado para ir mais longe, e estou fadado a afirmar minha firme impressão de que no nono versículo a palavra ‘nós’ foi colocada por copistas que supunham que os anciãos estavam celebrando sua própria bênção. Mas os anciãos estão tão perfeitamente descansados sobre si mesmos que podem estar ocupados com os outros... Eles estão falando sobre os santos, cujas orações estavam oferecendo. Como eles estavam ocupados com suas orações, assim, aqui estavam louvando o Senhor por Sua bondade para com os santos que ainda estão na Terra” (Lectures on the Revelation, págs. 118-120).
V. 10 – Aqueles a quem Cristo redime são feitos “reis e sacerdotes” e eles reinarão com Cristo quando Ele estabelecer publicamente o Seu reino. “Na Terra” (KJV) aqui poderia ser traduzido “sobre a Terra”. Muitos têm feito isto significar que eles irão para o céu e reinarão com os anciãos no departamento celestial do reino de Cristo (Dn 7:18, 22, 27) naquilo que o Senhor chamou de “o reino de Meu Pai” (Mt 13:43). Se isto é assim, os anciãos não estão se referindo a todos os redimidos na Terra, mas a uma classe específica de santos que serão martirizados e então elevados para compartilhar no lado celestial do reino (Ap 14:13, 20:4).

2)   Vs. 11-12 – O próximo círculo abrange os “anjos” eleitos. Eles se juntam ao hino de louvor, mas não é dito que eles cantam seu louvor. Nem mencionam o sangue do Cordeiro, não tendo conhecido a redenção pessoalmente. Nem o seu louvor é ao Cordeiro, como foi o dos anciãos, mas a respeito do Cordeiro. Essas coisas denotam um entendimento menor (quanto à experiência) dos caminhos de Deus em graça e governo.

3)   Vs. 13-14 – O terceiro círculo é ainda mais amplo e abrange “toda a criatura que está no céu, e na Terra, e debaixo da Terra, e que está no mar” na criação inferior. Eles são vistos juntando-se ao louvor do Cordeiro, mas como os anjos, eles não cantam. As notas de louvor atribuídas em sua adoração (quatro) são menos do que as dos anjos (sete) e denotam um entendimento ainda menor dos caminhos de Deus. Isto seria uma antecipação de sua libertação da escravidão da corrupção quando Cristo aparece (Rm 8:20-22).


[1]  N. do T.: A versão King James é a mais utilizada pelos povos de língua inglesa. Por isso os comentários de vários autores são citados a seguir. Todavia, quase todas as traduções para o português estão como na versão de JND

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