A OITAVA VISÃO – O Estado
Eterno
Cap. 21:1-8 – A visão final é o
Estado Eterno, que é o ápice dos santos desejos de Deus no mais pleno sentido.
Isso nos leva ao fim de todo o propósito de Deus em relação à glória de Cristo
e à bênção do homem. Relativamente pouco nos é dado na Escritura sobre o Estado
Eterno. Há realmente apenas três
passagens principais que falam sobre isso (Ap 21:1-8; 2 Pe 3:10-13; 1 Co
15:24-28).
É significativo que o número oito marque esta passagem. Isso fala de novo
começo.
- É a oitava visão.
- Oito coisas são ditas já não existirem mais – o primeiro céu, a primeira Terra, o mar, lágrimas, morte, pranto, clamor e dor (vs. 1-4).
- Oito classes de pecadores são encontradas sob juízo eterno – os tímidos [medrosos – TB], os incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os fornicários, os feiticeiros, os idólatras e todos os mentirosos (v. 8).
Deus começará a “reconciliar todas as coisas” a Si mesmo
no Milênio, mas isto não estará completo até que o Estado Eterno seja alcançado
(Cl 1:20). O pecado e a morte ainda existirão no Milênio (1 Co 15:25-26), mas
no Estado Eterno todos os vestígios de pecado, de Satanás e da morte terão
desaparecido (Jo 1:29). Durante o Milênio, a justiça “reinará” (Is 32:1), mas no Estado Eterno, a justiça “habita” (2 Pe 3:13). Em contraste com
isso, aqueles que hoje defendem a justiça, “padecem”
(1 Pe 3:14).
A justiça reinará no Milênio por
meio de Cristo governando com “uma vara
de ferro” (Sl 2:9; Ap 2:27). Mas no Estado Eterno, não haverá necessidade
de reinar, porque não haverá nada para subjugar, pois tudo será de Deus, e Ele
será “tudo em todos” (1 Co 15:28).
Cristo e os santos celestiais reinarão “para todo o sempre [para
os séculos dos séculos – JND]” (o
Estado Eterno), mas não no século dos
séculos (Ap. 22:5. Não há menção de um Rei reinando aqui nesta passagem, porque
o Seu reino terá sido entregue ao Pai (1 Co 15:24). Assim, o Milênio será para
a vindicação do caráter santo de
Deus, mas o Estado Eterno é para a satisfação
de Seu coração.
O grande ponto em relação ao Estado
Eterno é que tudo será “novo” (v.
1). Os céus e a Terra permanecerão como lugares distintos por toda a
eternidade, mas estarão em uma condição inteiramente nova. Os “céus” mencionados aqui não são a
morada de Deus, que não precisa ser feita nova, mas sim os céus atmosféricos e
estelares.
O fato de que “o mar já não existe” indica que não haverá mais separação nas
circunstâncias, como as conhecemos. Um “mar”
é um elemento de separação na natureza e é usado para indicar separação de
circunstâncias, idade, tempo, nacionalidade, etc. Distinções de tempo, fronteiras
geográficas, limitações e diferenças humanas então desaparecerão. Não haverá
nada para separar os homens da feliz comunhão uns com os outros e com Deus.
A Nova Jerusalém surge como a
morada eterna da Igreja. Ela está “ataviada
como noiva adornada para o seu esposo” (v. 2 – ARA). A Igreja é vista nos
capítulos finais deste livro em seu caráter de “noiva” e em seu caráter de “esposa”.
Como noiva, ela é inteiramente para o gozo e satisfação do coração de Cristo.
Como esposa, ela ajudará o Senhor na administração do mundo vindouro – o
Milênio (v. 9). É interessante notar que o seu caráter de esposa não continua
no Estado Eterno, porque esse lado das coisas cessará. No entanto, o lado de
noiva continua para sempre.
É mencionada a nova Jerusalém “que de Deus descia do céu”, mas não há
indicação de que ela toque a Terra e se faça deles um só lugar. Os dois
permanecerão lugares distintos do destino humano, mas na mais perfeita
harmonia.
A declaração é feita: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os
homens, pois com eles habitará” (v. 3). Este é o grande desejo de Deus –
habitar em comunhão com “os filhos dos
homens” (Pv 8:31). Isso será então perfeitamente realizado.
O versículo 4 indica uma condição
de felicidade permanente. “Lágrima”,
“morte”, “pranto”, “clamor”, “dor” são cinco coisas que são resultado
do pecado. Todas elas terão desaparecido para sempre, porque todas as coisas
serão feitas novas (v. 5). Será anunciado vitoriosamente: “Está cumprido”. Isso marca o cumprimento do propósito de Deus.
Os versículos 6-7 indicam que os
homens redimidos sempre terão sede. Nossa sede no dia de Deus será por mais de
Cristo e de Seu amor. Ele é a “água da
vida”, a única que pode satisfazer essa sede. Apesar de estar no Estado
Eterno, ainda seremos criaturas dependentes; nunca seremos autossuficientes.
Deus atenderá a todos os nossos desejos perfeitamente e nos satisfará
eternamente com aqu’Ele que é “suficiente,
para preencher a mente e o coração” (Hinário Little Flock nº 174).
O versículo 8 indica que não
somente haverá um estado permanente de felicidade e bem-aventurança para os
justos, mas também haverá um estado permanente de condenação para os perdidos.
Oito classes de pecadores são mencionadas como estando sob juízo eterno no lago
de fogo.
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